COITADINHO DO CADINHO...
Adoro telenovelas...e tento seguir particularmente
uma que está aí: “AVENIDA BRASIL",porque tem perfis psicológicos dignos de
“case studies” e onde existe um personagem fabuloso: para duas mulheres ele é o
Cadinho (Alexandre Borges), e para outra ele é o Dudu.
A história desta história que envolve três mulheres e
respectivos filhos é hilariante.
Depois de saberem todas umas das outras, uma delas -
Alexia(Carolina Ferraz)propõe às outras duas, Noémia(Camila Morgado) e
Verónica(Débora Bloch)fazerem "um rodízio de marido" dado que todas
gostam dele, e ele a todas ama, não conseguindo afastar-se de nenhuma...
Esta historinha traz à superfície colectiva uma
questão mais antiga que o Deus me livre: as esposas e as amantes, pois se há
uns largos anos atràs, ser amante era uma actividade mal vista mas tolerada,
hoje (enfim, há uns tempos) passou-se a ver esta actividade "amantíssima"como uma
coisa em viés nos casamentos; assim as esposas têm que ser "tudo em
um": esposas, amigas, mães, trabalhadoras, fantásticas, glamourosas e
amantes...Claro que nem há mulher que aguente, nem homem que se conforme, pois
tudo tem função.
Se eu sou a
favor da poligamia?
Sou! Até porque o ser humano não é monogâmico, e é
uma barbaridade fazer com que as pessoas prometam coisas que não sabem se podem
cumprir no futuro, tais como amar sempre da mesma maneira, tolerar
personalidades que começam a fazer cair máscaras ao longo do tempo, ou mesmo
carregar com fardos que já vêm das respectivas famílias e com que os cônjuges
se confrontam e com os quais convivem com um misto de impotência, azedume e em
muitas circunstâncias, com hipocrisia, para que um contrato muitas vezes
assinado às cegas, possa prolongar-se.
A tarefa de amante sempre foi de aliviar as pressões
que conviver com outros adultos traz; as amantes são assim, uma espécie de
“férias”.
O peso das tradições hebraico-cristãs é que toldou e
distorceu o facto de um homem poder ter várias mulheres (os antigos hebreus
tinham várias mulheres, se as pudessem sustentar…).
Mas, vamos lá com calma e discernimento: A minha
ideia é que as mulheres também podem ter mais do que um marido, isto é…se
aguentarem com tamanho trabalho…
Antevejo que, num futuro próximo, a nossa civilização
tenha mesmo que recorrer a este subterfúgio da nossa natureza animal: com o
decréscimo assustador da natalidade, e com o nascimento de mais meninas do que
meninos, para que a nossa espécie possa sobreviver, teremos mesmo que partilhar
companheiros e companheiras, sem a estupidez do sentimento de posse de que se
apropria quem se casa.
Portanto, COITADINHO DO CADINHO, que como diz na
história, é o mais fiel dos homens porque está a 100% com cada mulher (quando
está com ela) e portanto não pensa em outras fantasias, que tem que aturar três
TPM´s, agradar a três mulheres, lembrar-se de três aniversários, e fazê-las às
três, felizes e contentes…
Adoro mesmo telenovelas!....
E você que me diz a isto?
Ainda está aí a rosnar contra mim (contra este
manifesto) ou está a ser inteligente o suficiente para rever a questão com
olhos mais sábios?
Deixe aqui o seu precioso comentário…